terça-feira, 11 de maio de 2010

Universo Celular

Eritrócito Maduro
Microscopia eletrônica de varredura (M.E.V) de eritrócito na circulação sanguínea. O eritrócito é uma célula que demora oito dias para ser formada na medula óssea. Ao atingir sua maturação, esta célula passa ao sangue periférico ou circulante, e vive 120 dias em média. Sua principal função é o transporte de oxigênio ligado à hemoglobina. A hemoglobina é uma proteína localizada dentro do eritrócito. Em um eritrócito há cerca de 300 milhões de moléculas de hemoglobinas que ocupam 95% da célula

Fluxo sanguíneo em capilar


M.E.V de tecido mostrando um pequeno capilar venoso, muito estreito, que permite a passagem de apenas um eritrócito por vez. É possível observar na parede do capilar (endotélio) algumas células achatadas e escuras - são leucócitos ou glóbulos brancos conhecidos por neutrófilos marginalizados. Os neutrófilos marginalizados ficam nesta posição porque ainda estão na fase final de seu amadurecimento. Ao tornarem-se maduros, os neutrófilos entram no fluxo sanguíneo.

Figura estilizando a M.E.V de um eritrócito migrando em um capilar extremamente estreito

É importante notar que o vaso sanguíneo não é uma estrutura isolada. Pelo contrário, está envolto por tecidos conjuntivo e muscular, fibras nervosas, e por inúmeras células imunológicas (macrófagos).

M.E.V de eritrócitos na talassemia beta maior


A talassemia é o nome que se dá a uma doença dos eritrócitos causada pela deficiência da síntese de hemoglobinas. Os termos beta e maior significam, respectivamente, que a globina afetada é a do tipo beta, e a gravidade da talassemia é intensa. Assim, os eritrócitos na talassemia beta maior quase não têm hemoglobina, conforme pode-se observar na figura. Esses eritrócitos doentes somente têm a membrana e pouquíssima hemoglobina no seu interior.

As células falciformes

As células falciformes, ou em forma de foices ou meia-lua, são eritrócitos anormais que se deformam pela presença de moléculas de hemoglobinas mutantes, conhecidas por hemoglobinas (Hb)S, ou HbS. É uma situação relacionada com as doenças das células falciformes, das quais a forma mais grave é a anemia falciforme. Essas doenças são hereditárias, os pais são geralmente assintomáticos, pois são portadores apenas. O assintomático tem a Hb normal (HbA) e HbS, ou HbAS. Quando pai e mãe são HbAS, pode resultar a anemia falciforme, representada por HbSS.

Célula falciforme - M.E.V da célula falciforme

Observar que o eritrócito falcêmico é deformado, alongado, e com lesões em sua membrana. As lesões correm após uma série de eventos provocados pelas alterações das moléculas desoxigenadas de HbS. Milhões dessas células no fluxo sanguíneo causam obstruções nos pequenos vasos e produzem as crises de dores na anemia falciforme, além de lesões crônicas em tecidos e órgãos.

Ataque de vírus HIV contra a superfície de linfócito T CD4

Os linfócitos T CD4 são importantes glóbulos relacionados à defesa do nosso organismo contra bactérias, vírus, toxinas, proteínas estranhas, etc. Na fotografia, os vírus HIV são as pequenas esferas azuladas grudadas na superfície do linfócito T. Numa etapa seguinte, os vírus HIV penetram no linfócito e o destrói.

Ovos de parasitas da Malária no interior de glóbulos vermelhos

A malária é uma doença causada pela penetração de parasitas Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax no interior dos glóbulos vermelhos, onde depositam seus ovos. Esta invasão, associada à deposição dos ovos, destrói milhões de glóbulos vermelhos rapidamente, causando tremores, febre alta, anemia e, às vezes, até a morte.

O pseudópode e a bactéria

Quando bactérias invadem nosso organismo, as nossas defesas formadas por glóbulos brancos tentam destruí-las. Os principais tipos de glóbulos brancos que atacam as bactérias são os macrófagos ou monócitos e os neutrófilos. A fotografia mostra um macrófago lançando o pseudópode - uma extensão da membrana citoplasmática - em direção a uma bactéria (bacilo).

A destruição da célula tumoral

A ação dos linfócitos T citotóxicos contra uma célula tumoral geralmente é um sucesso, pois a célula é morta. Na foto, observa-se um linfócito T citotóxico sobre o cito-esqueleto da célula tumoral destruída.

Mastócitos liberando moléculas de histaminas

Os mastócitos são células relacionadas à defesa do nosso organismo contra bactérias, fungos e proteínas estranhas que invadem os tecidos. Quando essas invasões ocorrem, os mastócitos liberam histaminas, que promovem a dilatação dos vasos sanguíneos da região infectada, favorecendo a ação dos anticorpos contra os invasores. Na fotografia, as moléculas de histamina são as esferas amarelas que estão saindo do mastócito (estrutura vermelha).

"Ninho" de células tronco pluripotentes

Em esfregaço obtido de medula óssea foi possível caracterizar este grupo de células muito jovens e indiferenciadas, com nucléolos proeminentes. Por meio do uso de marcadores celulares (anticorpos monoclonais específicos) foi possível realizar a determinação celular dos antígenos de membrana das células – os CD. As células tronco pluripotentes são do tipo CD 34, positivando a reação com os anticorpos monoclonais, e desta forma reconhecidas citologicamente. As células tronco pluripotentes são as primeiras células que dão origem às células tronco linfóide, aos precursores das células NK, e aos blastos mielóides conhecidos como unidade formadora de blastos mielóides. Enfim, as células tronco pluripotentes constituem o primeiro grupo de células que se diferenciarão nas diversas células do sangue: eritrócitos, plaquetas, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.

Macrofagocitose de eritrócitos defeituosos

Eritrócitos defeituosos devido às hemoglobinas variantes (ex.: Hb S, Hb Instáveis), talassemias beta e alfa, deficiência de enzimas (ex: deficiência de G-6PD) e com alterações estruturais de membrana (ex: esferocitose), são alvos do ataque "saneador" dos macrófagos do sistema retículo endotelial ou SRE. Um dos principais órgãos com SRE atuante é o baço. A foto de microscopia eletrônica de varredura mostra dois macrófagos (Ma) fagocitando dois eritrócitos (Er) no SRE do baço. A fagocitose pode ser total ou parcial. Quando é total, ocorre a morte do eritrócito, e quando é parcial o eritrócito retorna à circulação sanguínea com muitas deformações. As principais deformações caracterizam os esquisócitos e as "células mordidas".

Microscopia eletrônica de eritrócitos na talassemia beta menor

A talassemia beta menor é a forma assintomática da talassemia beta. Se deve ao discretíssimo desequilíbrio entre globinas alfa e beta, pois neste caso a síntese de globina beta está levemente diminuída em relação à globina alfa. Como consequência a globina alfa despareada se precipita nos eritrócitos sob forma de corpúsculos insolúveis, oxidando a membrana e causando deformações. A foto mostra as deformações dos eritrócitos visíveis por microscopia eletrônica. As globinas alfa causam grande deformações nos eritrócitos que se caracterizam por projeções e espículas. As deformações dos eritrócitos são fagocitadas no sistema retículo endotelial (SRE) pelos macrófagos, modificando a morfologia eritrocitária para micrócitos, esquisócitos e queratócitos, principalmente.

Eritropoiese

A eritropoiese é o processo natural de produção de eritrócitos que ocorre na medula ossea. Especificamente ocorre a partir dos Proeritroblastos, que são grandes células com nucléolos e citoplasma discretamente disformes. A partir desta célula originam-se por reprodução celular o Eritroblasto basófilo, que após 24/48 horas se transforma por maturação em Eritroblasto policromático. Esta célula vive em média 24 horas e se diferencia em Eritroblasto ortocromático que 12 horas depois, perde o seu núcleo e dá origem ao reticulócito. O reticulócito é um eritrócito grande e imaturo, com RNA ribossômico em variáveis quantidades em seu citoplasma. O reticulócito tem um período de vida médio de 3 dias, após o que se transforma em eritrócito e é liberado da medula óssea para o sangue circulante. A foto é um esfregaço de sangue de medula óssea mostrando o "ninho" ou
"ilhota de eritroblastos em diferentes fases evolutivas; no centro está a célula reticular primitiva, ou célula tronco pluripotencial primitiva.


Leucocitose por eosinofilia

A eosinofilia com leucocitose ocorre em várias doenças das quais as mais comuns estão relacionadas com respostas alérgicas, dermatológicas e parasitárias. Entretanto, quando a eosinofilia é muito acentuada (>70%) as prováveis causas se enquadram num grupo de patologias conhecidas por síndrome hipereosinofílica. A eosinofilia é comum na gastroenterite, doença de Hodgkin, alguns tumores, na hiperleucocitose com eosinofilia na criança, e na eosinofilia familiar.A eosinofilia geralmente cursa com esplenomegalia e linfadenopatia em vários membros de uma mesma família, com sintomatologia moderada. Por outro lado há a forma hereditária, sem nenhuma sintomatologia.
A diferenciação citológica entre síndrome hipereosinofílica e leucemia eosinofílica é muito difícil. Os sintomas característicos nas leucemias são: insuficiência cardíaca progressiva, distúrbios respiratórios e do sistema nervoso central, e febre. A maioria dos pacientes tem hepato-esplenomegalia, e no sangue formas imaturas de eosinófilos, além de eritroblastos.O presente caso é de hiperleucocitose devido a eosinofilia na criança, sem causa esclarecida. A evolução clínica da criança esteve controlada durante todo o processo, até retornar aos valores de normalidade.

Tecido Sanguineo


O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo que pode ser dividido em duas partes: plasma e célula. sangüineas (elementos figurados do sangue).

Plasma

É um líquido de concentração isotônica em relação às células que ali estão mergulhadas. Sua composição química básica é água, sais minerais e proteínas. Células Existem basicamente três tipos de células sanguineas: eritrócitos (hemácias), leucócitos e plaquetas.












Coagulação sangüínea

É o processo pelo qual podemos controlar e estancar sangramentos.

Funções do Sangue:

1. Transporte de gases (O2 e CO2).

2. Transporte de alimentos para as células.

3. Coleta das excreções celulares.

4. circulação de hormônios.

5. Defesa.

Linfa

Tecido de transporte que é formado por uma parte líquida e células do tipo linfático e leucócitos granulócitos. Na linfa, não há hemácias, plaquetas e nem monócitos. A circulação linfática apresenta módulos onde células de defesa podem multiplicar-se para serem usadas na “batalha” contra os agressores. Estes módulos indicam quando estas células se multiplicam em grande quantidade devido a uma infecção, causando as popularmente chamadas “ingrenas”.